Quando larguei o atendimento clínico, o que mais senti na radiologia foi o isolamento a que nós mesmos, radiologistas, imputamos como algo bom durante anos. Não me sentia mais cuidando de alguém, simplesmente olhava imagens e sugeria diversas possibilidades que os tons de cinza “nos permitem” no diagnóstico. Uma zona de conforto que nos afasta da evolução científica e nos faz depender e acreditar cada vez mais que o que diferencia são os aparelhos. Isso me incomodava muito, até que entrei na mentoria e descobri que na radiologia podemos ajudar pessoas, ter feedback das mesmas, ter reconhecimento profissional, um posicionamento de mercado diferente, sem falar na troca diária com outros colegas mentorados, que têm o mesmo objetivo e que servem como referência para balizarmos nossa trajetória. Já estou no meu quarto ciclo (mais de 2 anos) e os resultados, como consequência, melhoraram bastante. Nosso número de exames aumentou significativamente através de um laudo mais objetivo e da melhora da comunicação com os indicadores. Discutir não só os nossos casos, mas sim os casos de outros colegas, diariamente, sempre seguindo uma metodologia, nos da uma bagagem diferenciada e uma segurança também, afinal são mais de 20 especialistas discutindo o mesmo caso. A mentoria foi fundamental para desconstruir na minha mente que uma radiologia só vendia imagens, uma radiologia que só servia para o radiologista e construir uma radiologia diagnóstica, que serve pacientes e colegas indicadores.

Leonardo Guimarães

@leo.irdo